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A BOLA DE CRISTAL - I

Paula Salotti

Associada a místicos e videntes, a bola de cristal sempre causou fascínio e mistérios sobre seus poderes. Atualmente, com o conhecimento que nos é permitido acerca do mundo dos cristais, podemos ter uma maior compreensão e desvendar algumas de suas propriedades.

Uma das principais característica do cristal de quartzo é o armazenamento de informações. Não é à toa que o chamamos de "cérebro da natureza". Uma mínima partícula de cristal pode conter uma infinidade de informações e um claro exemplo disso são os chips de computador, que nada mais são que silício, ou seja, cristal. Hoje em dia, o homem vive cercado de cristais por todos os lados. Mesmo aqueles que não o utilizam no seu aspecto místico, possuem um contato bastante estreito com esses minerais em seu cotidiano, como, por exemplo, ao olhar as horas num relógio digital ou ao consultar o saldo numa agência eletrônica, onde a tela que dá as informações é feita de cristal líquido.

A principal atuação dos cristais ocorre num plano energético sutil, ou seja, na origem de todas as coisas. E o processo básico de atuação dos cristais é absorver, armazenar, transformar e irradiar a energia. Por isso, a simples presença de um cristal num ambiente ou próximo ao corpo já é suficiente para gerar um processo de limpeza e renovação energética, assim como a ampliação do campo magnético.

Com relação às bolas de cristal, é importante esclarecer a diferença entre as pedras brutas e as que tiveram sua forma alterada por algum tipo de lapidação. Alguns estudiosos apontam que, ao ser lapidado, um cristal pode ter sua estrutura molecular alterada. No entanto, não devemos nos esquecer que, mesmo nesse caso, sua composição básica permanece a mesma. Daí ser a bola de cristal um objeto tão mágico e poderoso, já que ela continua com a composição básica do quartzo aliada ao poder da esfera. Toda forma circular sugere o livre fluxo da energia, além do círculo ser o símbolo da totalidade.

De um modo geral, o uso dos cristais pode ser feito de duas formas: ativa e passiva. O uso passivo é aquele que a maioria de nós pratica, ou seja, temos alguns cristais que estão em nossa casa, na sala, no quarto, no escritório e, ás vezes, até esquecemos de sua presença, mas com certeza eles estão incessantemente trabalhando pela manutenção do equilíbrio energético do ambiente. Já o uso ativo se dá quando nos conscientizamos da força e poder que reside em cada uma dessas pedras e passamos a ativá-las através de meditações, energizações e programações conscientes. E quando possuímos uma bola de cristal, estamos perdendo tempo se não dedicamos um pouquinho de nosso tempo à sua ativação. Todo exercício com as bolas tem como finalidade o desenvolvimento da percepção através da abertura do terceiro olho, mas só teremos a visão espiritual despertada quando superarmos nosso desequilíbrio nos planos mais densos. Por isso, ao iniciarmos as práticas com a bola de cristal, começamos por sentir o aumento da concentração, a capacidade de aprendizado se torna mais rápida e fácil, os sentidos ficam mais sensíveis e começamos a nos guiar mais pela voz interior, já que nesses exercícios podemos com facilidade contactar aquela região de nosso ser que tudo conhece e sabe todas as respostas.

Podemos ter bolas de cristais de várias cores e não só de quartzo branco, que são as que imediatamente vêm à nossa mente. Como em todo trabalho com cristais, as cores são fundamentais, já que especificam a área de atuação daquela pedra. O cristal de quartzo branco, conhecido como o "avô do mundo" é, na escala hierárquica, o mais soberano e, por seu poder, é como se fosse o "coringa" - em todas as situações se adapta. Uma das formas fáceis de descobrir para que serve uma determinada pedra é através de sua cor. Cada cor possui uma freqüência vibratória que ativa determinados campos de energia, estados psicológicos e físicos. A relação das cores, cristais e emoções ficará para uma próxima matéria, mas vamos falar um pouco de algumas bolas que mais comumente encontramos.

As bolas de ametista, de cor violeta, são ótimas para a transmutação de energias negativas e densas, alívio de tensões e preocupações, já que a cor violeta simboliza a regeneração. As de quartzo rosa são relacionadas aos assuntos do coração em todos os níveis, principalmente nos ajudando a preencher sentimentos de vazio, carência e solidão. As bolas pretas, principalmente as de hematita, que parecem um metal, são excelentes para absorverem energias muito pesadas de ambientes carregados e aliviar todo tipo de stress. Como o preto é uma cor de vibração densa, sua energia se manifesta num plano mais concreto, aliviando dores e infecções. Um ótimo uso para as bolas de hematita é passá-las pela coluna de uma pessoa quando a mesma estiver tensa ou com dores. Rolar a bola com as mão do alto da coluna até a base, repetindo este movimento até a pessoa sentir o relaxamento tomar conta de seu ser. Mas é sempre bom lembrar que, quando utilizamos cristais para fins terapêuticos, é fundamental que seja feita uma limpeza imediatamente após o término do tratamento com água, chuva, sol, etc. Para limpar um cristal é importante colocá-lo em contato com algum elemento da natureza.

Vamos agora a um exercício simples mas de grande poder com as bolas de cristal. As bolas de quartzo branco são as mais recomendadas para os exercícios de focalização e desenvolvimento da percepção. Ao iniciar os exercícios não se assuste se em seu cristal aparecerem seres, cidades, galáxias, imagens às vezes estranhas que a nossa mente consciente pode querer classificar. No início é importante deixar de lado a tentativa de interpretar cada imagem que surge. Sinta-se apenas um observador.

Em primeiro lugar, escolha um ambiente agradável, onde você terá a certeza de que não será incomodado durante o exercício. Se possível, sempre que o repetir, faça-o no mesmo local, que é uma forma de criar um campo energético propício à realização de rituais. Dedique-se plenamente, não importa se dez minutos ou uma hora. Às vezes, alguns segundos podem proporcionar experiências que não vivenciamos em anos de prática. Escureça o ambiente e prepare-o da forma que sua intuição mandar. Cerque-se de tudo que lhe traz boas imagens e o faz sentir-se bem. Uma música suave ao fundo e um incenso de aroma agradável podem ajudar. A única iluminação do ambiente deve ser uma luz azul, que ficará um pouco distante da bola, que deve estar de preferência sobre um pano preto para evitar que qualquer reflexo atrapalhe.

Comece sentado diante da bola, relaxando de olhos fechados por alguns instantes, até sentir vontade de abrir os olhos - o que deve ser feito de uma forma lenta e calma. Agora, olhe para algum ponto da bola e fixe o olhar, sem forçar. Procure piscar ou mexer os olhos o mínimo possível. Em seguida, solte-se e relaxe, deixando que as imagens que começarão a se formar ganhem vida e interajam com você. No início este exercício deve ser feito por pouco tempo, de cinco a dez minutos, mas para que haja um bom resultado, a prática constante é fundamental.